segunda-feira, 10 de março de 2008

Notas melancólicas - parte 13


Por esses dias li um poema do cearense Adriano Espínola (1952) que me fez refletir sobre a beleza estética de alguns nomes como “Mar” ou “Mara”. Mal terminei de ler o poema, me veio uma vontade louca de dedicá-lo a um antigo e atual amor. Como não se pode ter controle sobre todos os nossos desejos, postá-lo-ei aqui.

MARAMAR

Se tu queres amar,
procura logo o mar.

Ali enlaça o corpo
salgado noutro corpo.

No azul esquecimento
das águas, vai sedento

beber a luz da carne,
o gozo a pino e a tarde.

Tenta imitar a teia
das ondas e marés.

Dança na branca areia.
Outro será quem és.

*

Poema dedicado a Mara Semyra de Paula Magalhães.

Nenhum comentário: