segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Vida de proletariado


Jamais entenderei o motivo pela qual as emissoras de TV exibem os programas de música clássica somente nos horários mais impróprios a peões como eu, que precisam labutar já cedo da manhã no dia seguinte. Quem, por Deus, estará acordado às 3h40 da madrugada para ouvir a orquestra sinfônica de Berlim executar alguma obra de Mozart?

Infelizmente, nós, pobre peões, não temos nem o direito de ouvi-la pela TV, daí vocês tiram como é difícil a vida de um peão apreciador da música erudita. Somos poucos, mas somos bons.

sábado, 6 de setembro de 2008

Vai com Deus, Wolff


E obrigado por tudo. Por tudo.


Fausto Wolff (1940 - 2008).

Este blogueiro, em sinal de luto, paralisará suas atividades neste blogue por tempo indeterminado.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Smoke, smoke, smoke that cigarette


Leio nos jornais que o Estado pretende criminalizar o fumo em locais públicos. Leis draconianas não combinam com ambientes democráticos e eu não saberia imaginar algo mais totalitário do que transformar um sujeito até então pacato em um criminoso ignóbil apenas porque ele, inadvertidamente, acendeu um cigarro em uma mesa de bar. Fumar um Derby vagabundo pode virar caso de polícia, vejais vós que prosaico.

Já imagino as dramáticas histórias partilhadas entre detentos num xilindró imundo à guisa de passatempo.

- Fez o quê, irmão? – pergunta um homem com uma cicatriz imensa no rosto.

- Coisa pouca. Assaltei um ônibus escolar cheio de crianças e depois o arremessei num penhasco abaixo – responde o tatuado.

O da cicatriz, entediado com o relato ordinariamente comum do tatuado, volta-se para o outro, escorado num canto.

- E tu, meu camarada?

- Pedi uma cerveja e acendi um Derby. Meus advogados tentarão reduzir a pena para 10 anos..., explica o fumante, com a voz trêmula de quem se sabe realmente encrencado com a Justiça.

- Tu tá fodido, parceiro, conclui o Cicatriz enquanto balança negativamente a cabeça, já com pena daquele pobre diabo.

...

Tudo seria bem melhor se o Estado brasileiro resolvesse criminalizar, vez por outra, os bandidos, nem que fosse apenas para quebrar a rotina. Renderia até capa de jornal. "Justiça clasiffica como 'bandido' um assaltante de banco".