quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

O olhar do estrangeiro

Tropa de Elite conquistou admiradores e detratores no Festival de Berlim. Pela notícia que saiu no site do jornal O Povo, os críticos de lá viram um filme bem diferente do que pré-estreou nos camelôs daqui. Enquanto a crítica brasileira, em uma discussão mais passional que objetiva, se concentrou em aprovar ou desaprovar os supostos valores do longa, os gringos focaram nos aspectos técnicos da produção e em seu aparente simplismo. Muitos destacaram o caráter de "salvador da pátria" com que o Bope foi revestido, demonstrando a percepção de que a realidade não é exatamente aquela, ao contrário do que o diretor José Padilha assegura.

A única coisa que fica clara é que nem aqui, nem lá fora se sabe o que fazer com o filme. Existe a percepção do seu caráter ficcional, mas e quanto à realidade na qual ele se baseia?

2 comentários:

Roberta Felix disse...

Li a notícia ontem. Achei os críticos internacionais um tanto ingênuos e o Padilha um tanto porra-louca.

O Padilha disse acha que as drogas deveriam ser legalizadas porque "O fato de serem ilegais no Brasil provoca a morte de muitas pessoas". Simplista, e até contraditório pro que eu entendi do filme...

Os críticos que falaram em apologia da tortura e celebração da violência trataram do assunto como se o filme estimulasse uma coisa que não acontece. Dou um desconto porque eles não moram nem neste país aqui e vivem uma realidade em que a vida numa periferia pobre do Brasil é ficção. E os entusiastas também não deviam elogiar tanto: não é puramente documental quanto eles imaginam... existem traços de fantasia sim. Muito antes de se falar em Tropa de Elite, eu vi crianças na tevê contando que tinham medo do Caveirão, quase um tanque, que o Bope usa pra subir o morro.

Wanderley Neves disse...

Fez sucesso mesmo, viu?
Olha só o que eu vi agorinha: "Tropa de Elite" é escolhido melhor filme no Festival de Berlim

O G1 publicou um texto sobre o " fenômeno 'Tropa de Elite'".