sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Por que não te calas?!


Os textos rarearam, sim — mas isso não quer dizer que tenhamos tomado um chá de sumiço. Ao menos não por enquanto. É que as férias estão aí, o sol aquece a cidade, os turistas abarrotam os becos estreitos do Centro, mulheres gordas suam ao carregar sacolas cheias de compras, homens de dois metros e de brancura ofuscante passeiam trajando bermudões cáquis e camisetas regata. Famílias inteiras visitam as tapioqueiras, as lojinhas de artesanato, as barracas de praia, os shoppings, os centros culturais etc. Não temem arrastões, não temem absolutamente nada. Acreditam ferozmente no poder do dinheiro.

E o que todos temos a ver com tudo isso? Quase nada. Excepcionalmente, alguma coisa. Na verdade, minha intenção aqui é simplesmente dar desculpas. É o que venho fazendo, dando desculpas descabidas para a falta de textos, meus e dos demais. Não fomos embora, apenas olhamos de longe a movimentação das coisas, o modo como se comportam, o jeito, a curva do braço ao erguer a taça de champanhe e conduzi-la elegantemente até a boca, que se entreabre como as pernas de uma menina acanhada.

Era isso, estamos aqui, firmes e fortes, com ou sem direito a falar qualquer coisa. Nos mandaram calar e continuamos falando. Sejam todos muito bem-vindos. Espero que gostem de nossa cidade, de nosso clima, de nossa comida, de nossas miçangas, de nossas praias, água de coco, hospedagem, humor. E, principalmente, espero que gostem de nossas meninas. Indico as menorzinhas, com peitinhos espetados e perninhas finas. São o chamariz de nosso cardápio. Em seguida, caso nuvens negras insistam em nublar o lúbrico sonho tropical de cada um de vocês, é só dar um pulinho na sede do Governo do Estado e requerer a contrapartida dos cofres públicos por tê-los aceito aqui, em nossas terras. Em pleno inverno sertanejo.

A temporada de caça aos tubarões começou. Me comprometo com um “texto nada a ver” por semana e outro mais prenhe de razoabilidade a cada quinze dias. É só o que posso fazer por nossa pobre gente desdentada.

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