E nesse último domingo escutei mais um tesouro. O novo disco de raridades de Bob Dylan mal havia saído nos Estados Unidos e eu já madrugava na rede em apaixonada tentativa de baixá-lo. Além de nos EUA, o álbum só está disponível mesmo pela internet.
Repleto de versões alternativas de canções gravadas em estúdio, canções nunca lançadas em álbuns anteriores, músicas feitas exclusivamente para trilhas sonoras de filmes e performances gravadas ao vivo, Tell Tale Signs é o oitavo disco da “The Bootleg Séries” e abarca o período desenvolvido por Dylan entre os anos de 1989 e 2006. São nada mais nada menos do que 39 canções divididas em três discos, muito embora o terceiro disco só esteja disponível à venda em formato de vinil, o que me impossibilitou de escutá-lo, infelizmente.
No trecho compreendido entre esses 17 anos, Bob Dylan lançou cinco discos de músicas inéditas gravadas em estúdio (entre os quais Oh, Mercy, de 1989; Time Out of Mind, de 1997; Love and Theft, de 2001; Modern Times, de 2006) , dois discos com gravações de músicas folk e blues tradicionais, alguns discos feitos de apresentações ao vivo e mais outros de coletâneas da carreira. Foram 17 anos de altos e baixos na carreira de um compositor que sempre soube se manter vivo, não obstante as intempéries pessoais da quais narrarei algum dia aqui neste blogue.
Tell Tale Signs é a prova incontestável do capricho com que Dylan nutre sua paixão pela própria carreira, pelas lembranças de sua vida e experiência; esse novo disco é, inegavelmente, a prova final de amor de Bob Dylan a si próprio. Aos 67 anos de idade dos quais 50 deles dedicados à música, ele nos mostra que jamais pretende se render.
Como o que escrevi acima não é uma resenha para jornal ou coisa que o valha, bem como este blogue comporta espaço para a minha preguiça, adiarei a análise do disco para outra ocasião, sem pressa. Deixai-me escutá-lo um tanto mais, deixem-me beber um pouco mais de verdade.
P.s.: Percebam a serenidade do título deste post. É o reflexo de alguém que acompanha a carreira de Bob Dylan desde o ano 2000, quando a maioria de meus coleguinhas de escola ouvia, sei lá, Green Day. Em breve, promoverei uma festa em comemoração aos meus 10 anos de Bob Dylan, haha.
Um comentário:
Fazia tempo que esperava algo sobre o Dylan aqui. Na verdade, eu acho que tu devia resenhar alguns discos dele. Gostaria de ler tuas impressões sobre o Infidels, por exemplo, que, de acordo com minhas suspeitas, não é um dos teus favoritos, hehe.
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