Andando pelas ruas da cidade, eu me pergunto o motivo pelo qual se faz tanto barulho por praticamente tudo. Parece-me que a lógica alvoroçada da humanidade é sempre ostentar o ruído, seja lá em qual ocasião for.
Nosso barulho só não é ainda maior porque precisamos ouvir, de vez em quando, o barulho alheio, a fim de termos um pouco de certeza de que o nosso próprio barulho está sendo minimamente compreendido por nós e pelos outros; há uma “auto-regulação barulhesca” que, ao menos na aparência, ordena o caos rumoroso de nosso santo ruído de cada dia.
Bem-aventurados os surdos, porque lhes são permitidos momentos de audição interna.
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