quarta-feira, 14 de maio de 2008

Do (desnecessário) alarde - parte 2


Andando pelas ruas da cidade, eu me pergunto o motivo pelo qual se faz tanto barulho por praticamente tudo. Parece-me que a lógica alvoroçada da humanidade é sempre ostentar o ruído, seja lá em qual ocasião for.

Nosso barulho só não é ainda maior porque precisamos ouvir, de vez em quando, o barulho alheio, a fim de termos um pouco de certeza de que o nosso próprio barulho está sendo minimamente compreendido por nós e pelos outros; há uma “auto-regulação barulhesca” que, ao menos na aparência, ordena o caos rumoroso de nosso santo ruído de cada dia.

Bem-aventurados os surdos, porque lhes são permitidos momentos de audição interna.

Nenhum comentário: