A NOTA DE GOIBEE
O sonho acaba, ele acorda. Ao lado do corpo, um dente muito branco com um furo no meio. Senta-se na cama, olha os pés, os pulsos, toca o próprio cabelo, aspira o hálito aprisionado nas mãos em forma de concha. Tenta enxergar e ouvir mais longe. As pernas eram as mesmas, os braços os mesmos, os olhos, a boca, o saco, as orelhas. Finalmente convencido de que era o mesmo. Até que vê o olho. É visto. Estava ali, atrás do dente. Leva a mão ao rosto, tateia vagarosamente e sente, com repulsa, o fosso que se abrira na madrugada.
sábado, 9 de fevereiro de 2008
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