sábado, 26 de janeiro de 2008

O furor que vem do céu

Reação retardada... Às vezes acontece.

Viram que chuva? Claro que viram. Ao menos quem estava aqui na cidade. Quase morria. Caiu um raio ao lado do ônibus, e por muito pouco escapei de virar churrasco em plena tempestade. Viraria mesmo? Dizem que dentro do carro não existe perigo, os pneus nos isolam de qualquer descarga elétrica.

Por falar nisso, aquilo foi mesmo tempestade? Tenho minhas dúvidas. Tempestade cheira a exagero, foi mais uma boa chuva com ventos e raios e trovões e muita gente correndo e se escondendo sob as marquises das lojas e outro tanto escorregando e patinando nas calçadas sem saber ao certo o que fazer. Mas os jornais falaram em tempestade, sim. Fiquei querendo ouvir alguém da Funceme, algum geógrafo. Um estudioso que dissesse: “Sim, foi mesmo uma autêntica tempestade”. Agora que as águas já foram drenadas e correram só Deus sabe pra onde, nada disso tem importância. Se foi temporal, chuvão ou tempestade, muito menos.

Bom, no pior momento do pau-d’água estava muito confortável num ônibus com cerca de dez pessoas, voltando pra casa. Achava que os estragos já haviam sido feitos pela chuva que tinha começado duas horas antes e que, naquele instante, parecia querer se acalmar ou simplesmente dar um tempo. Quando o estrondo fez todo mundo dar um salto de suas cadeiras, se entreolhar rapidamente e, em seguida, cair na risada. Fui o único a continuar assustado com aquilo, o restante do grupo se esbaldava, cada um contando ao colega de assento ou mesmo ao que estivesse mais próximo o que diabos estava fazendo ou sobre o que havia estado pensando quando a merda do raio e depois o trovão nos provaram que um dia a coisa será mesmo séria. Nesse dia, a gente não vai ter pra onde correr nem motivos pra rir. Fiquei mesmo impressionado com o poder bélico de um simples fenômeno natural.

E também pensando em ondas gigantes e meteoros e abalos sísmicos e noutras coisas tão ou mais catastróficas que essas, como um ano eleitoral pela frente e o cancioneiro baiano virando jingle de campanha etc. Ainda bem que o pessoal da Marvel e da DC Comics está sempre vigilante, podem nos salvar de todo e qualquer mal.

Até a próxima chuva. Ou tempestade, como queiram.

3 comentários:

Imperador Vermelho disse...

Realmente o céu desabou sobre nossas cabeças essa semana.

ah o raio não afeta ninguém dentro do carro porque a carga se espalha pelo lado de fora da carroceria,sem afetar o lado de dentro.

Débora Medeiros disse...

Legal perceber como só essas coisas abismais fazem as pessoas saírem de seu mutismo e falar com estranhos.

Henrique Araújo disse...

não somente falar com estranhos... mas perceber que a vida não é um evento como outro qualquer... aliás, que nada é gratuito, tudo é loucuro, abismo, irrealidade...

fui longe naquele raio...