Por esses dias chegou-me a notícia: aquele nosso primeiro vizinho, homem taciturno e de tão poucas palavras, havia cometido suicídio. O homem alugara uma casa de praia em localidade distante, adquirira uma arma de fogo e pôs fim à própria vida. O corpo, denunciado pelo mau cheiro, foi encontrado somente dias depois do acontecido, ainda com o revólver em punho. O silêncio de meu primeiro vizinho florescerá para sempre em seus lábios cerrados e em sua garganta que, de hoje em diante, se manterá permanentemente calada. E morto continuará tão mudo enquanto vivo fora.
Bem-aventurados os suicidas porque chegam de armas nas mãos ao outro lado.
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