segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Talvez esperança

O Povo do último domingo trazia uma notícia curtinha, imprensada em um quarto da página de resto tomada por publicidade. Cilene Figueredo, da Agência Brasil, dava conta de dois projetos de lei apresentados pelo senador Pedro Simon em novembro passado. Eles impedem a eleição de políticos condenados judicialmente ou incapazes de provar sua idoneidade. Se um bom marqueteiro, hoje, consegue maquiar crimes que vão de desvio de verbas a assassinato, não vai ter advogado que dê jeito, se essa lei for aprovada.

Já imaginou limpar um sistema em que 163 dos 513 deputados federais, 30 dos 81 senadores e 363 dos 1.059 deputados estaduais estão envolvidos em processos? A lei pode ser um salto rumo a uma política um tanto mais honesta. Soa até estranho juntar na mesma frase política e honestidade, mas, quem sabe...

Como destaca a notícia, tudo depende, em grande parte, de pressão popular. Os números acima indicam a disposição dos parlamentares em aprovar projetos de lei desse tipo. Milhões de eleitores impacientes, porém, pode ser um incentivo e tanto.

2 comentários:

Unknown disse...

Uma idéia que eu tive nas eleições passadas foi uma coisa parecida: imagina se houvesse uma lei que obrigasse o uso de uma identificação referente a processos no material de candidatura? Seria até engraçado, o cara lá falando em moralizar os impostos e investir em saúde e abaixo dele uma legenda: "Respondendo a processo por desvio de verbas da merenda escolar"...
Era utópico, pensei que isso jamais seria aprovado. Mas esta lei aí é um salto semelhante: impedir as eleições de quem não tivesse ficha limpa!
Mas, duvido que funcionasse nos piores casos... sendo pessimista, acho que isso ia criar um novo esquema de corrupção...

A imprensa também não ajuda, botando um negócio desse num pé de página!

Débora Medeiros disse...

Fazendo justição ao jornal: saiu no topo da página, o resto que era comido de publicidade. ^^"

Mas, realmente, a imprensa tem de colaborar e divulgar esses projetos. Queria ver se Veja, Carta Capital e Folha de São Paulo, que tanto se dizem defensoras da moralizalção da política fazerem matérias de capa sobre isso!